quinta-feira, 26 de abril de 2012


Participei e ganhei um concurso bem legal, realizado por um supermercado de minha cidade Joinville (sc) chamado: Mercado Ponto Bom: http://www.mpbom.com.br/site/ o concurso em questão, chama-se "Fornada Literária" as poesias estão circulando em embalagens de pão pela cidade, idéia muito legal do proprietário> Vergílio Floriani http://www.facebook.com/vergilio.floriani e Proler http://www.bn.br/proler/ e Univille http://www.univille.edu.br Viva a Poesia!!







Transposição





chá amargo
café das cinco
a buzina da bicicleta
vou nadar nas águas límpidas da hidroelétrica
serra manual
faca elétrica
luminária a luz de vela
pimenta com sabor de anis
um único espectador querendo “bis”
ventilador que aquece
luneta que tudo escurece
armas que saem confetes
manuscritos em branco
lágrimas de alegria
respiro de adrenalina
sapatos rasteiros
cores primárias
devaneios
romarias ao som de marchinhas de carnaval
relógios sem ponteiros
celulares que entoam poesia
calculadoras que não saem do zero
memória seletiva
a sua própria viagem
o transcender, a simples mensagem
o vomitar de cintilantes lantejoulas
o embriagar-se de boas verdades
o se deixar levar, o sempre sonhar
o espelho com a imagem sua desejada
o arroz e o feijão
o banquete, o perdão



 Matéria da premiação no programa Fabíola Bernardes:


Prometo postar com mais freqüencia, hasta la vista!!

segunda-feira, 28 de novembro de 2011



O livro está a venda em Joinville:

Livaria Midas: Rua Dr. João Colin, 475 - Centro (47) 3433.0536
http://www.livrariamidas.com

Livrarias Curitiba: Rua Visconde de Taunay n°. 235 - Centro  (47) 3433-6400 
http://www.livrariascuritiba.com.br

Livraria Nobel: Rua Rolf Colin, 109 / Sala 18 / América  (47) 3027-7854

Curitiba


Novo Louvre : Rua Trajano Reis, 36 | Centro Histórico | Curitiba | PR | Fone: 41 3232.0055


Em breve disponível em todo Brasil-
peça pelo telefone: 47 9612 3517

quinta-feira, 10 de novembro de 2011















Ilustrações:                        
                      Valter Hamagushi
                      valterveiga@hotmail.com 

                       Mabel Fricke
                              mabelfricke@gmail.com


Design Gráfico do livro: Renato Avila







A minha querida amiga Carolina Girardi e suas rimas,
a minha família pelo apoio sempre e aJeferson Wille Kielwagen pelo incentivo a esta obra .












Flashes subaquáticos

No belo que contempla algo etéreo.
Supérflua lisergia que passa escancarada,
no sol, na areia, na desértica areia.

Nos flashes subaquáticos,
pensa uma mente, bate na onda e pensa o ser vivente.
Nos acasos, nos tsunamis disfarçados.


Conhecemos, nos beijamos, nos entendemos,
numa lisergia que passou e
no simples vento que soprou
.


Simples


A simplicidade é um simples fator que une a desproporcionalidade.

Disparidade e o simples caminhar envolto ao mar.
Na simplicidade e na simples e tão sonhada disparidade, simples simplicidade.



Identidade


Identidade efêmera e necessária,
identidade um ponto, uma foto,
um nome, uma direção.

Identidade, DNI, Green Card,
identidade é o que temos que pagar,
antes do chip se propagar.

Uma cláusula assinada, às vezes sem a filiação,
que esconde um passado, que é falsa,
identidade, papel, plástico, chip.


_____

Folhas em branco
Talvez um lamento,
um pranto pedindo Socorro,
SOS, vem cá que eu te levanto.

Sem meias palavras,
e sempre um pranto.
passa o ônibus, não tem metrô.

Canto, pra vida passar, não rápida, canto,
num sorriso contido, sórdido bizarro, canto,
e na minha sublime risada a água cantou,

E com seu despertar contido o bem-te-vi sem palavras,
disse em meias palavras seu real canto,
e canta bem-te-vi, o que tens que todos querem teu sopro?

Bem-te-vi, me calo e levanto,
sem a lisergia passada,
me calo e canto.


Me pergunto se o que tem mais,
é o que merece mais, talvez sim,
talvez na pura e nítida intuição não.

Palavras fortes, tanto o sim, quanto o não,
mais forte que o choro ou o sorriso,
mais forte que um nórdico riso.

Mais forte que um lamento de dor,
uma conquista de amor,
palavras são fáceis de serem descartadas.

Como uma seringa, uma injeção,
como um teste de HIV,
que você fez na contramão,

Queria agora escrever, em inglês, castellano, francês,
a única língua que gostaria,
mais não sei.

Temo algumas frases no singular, subtraio muitas que estão no plural,
tento voar, tento cantar, sonho e quero ainda ser um ser,
que se deixe amar.





Utópica globalização



Vivemos em um mundo globalizado,
e por isso às vezes somos descapacitados,
inatos, talvez uma boa “surra” traria algo sufrágio,
abstrato, raro, mais não trágico.


Começa tudo my dear,
e depois, depois, depois,
eu não gosto da palavra depois.

Porque vivemos o momento,
E não há tempo pra depois,
Seguimos em frente, naquela utopia latente.

Sim, as malditas utopias.






O samba floresce na terra


O samba floresce na terra
Na batida, na pisada que esfria a costela
O samba não se inventa, se canta, se revela.


O samba de verdade veio de cartola,
quem diria que até Noel Rosa viria ser discutido nas novelas
salve Tia Ciata, e sua maestria eterna, Paulinho da Viola, Pixinguinha, Jacob do Bandolim, Candeia, enche de alegria minhas veias mundanas, minha real nostalgia.

Viva Alcione,marrom de corpo e alma,
viva Beth Carvalho,uma rosa, o cheiro do orvalho,
Jamelão esse sim tinha pulmão, energia eterna
Leci Brandão, meu Brasil turbilhão.


O samba floresce na terra
Na batida, na pisada que esfria a costela
O samba não se inventa, se canta, se revela.


Salve Zeca Pagodinho, Martinho da Vila, Martinália,
Salve o morro que clareou, com a luz divina de Clara Nunes
Um sol contínuo, eterna clara, que continua a rodopiar sua saia.

Salve Marisa Monte e a velha guarda da Portela,
Salve Dna Ivone Lara, toda sua prole rara,
Salve a nova geração, Roberta Sá,Thalma de Freitas e Teresa Cristina, menina.

Arlindo Cruz, o saudoso João Nogueira, que mantém a tradição,
salve os tambores de salvador, mangueira,Beija Flor
Diogo Nogueira, entrando pela porta da frente, o poder da criação.

O samba floresce na terra
Na batida, na pisada que esfria a costela
O samba não se inventa, se canta, se revela.

Eu aqui me despeço de vocês, guardo meu tamborim, o pandeiro e a cuíca
com a certeza de que o samba não irá morrer,
o samba é eterno e para muitos uma razão de viver.







A arte imita a vida

A arte imita a vida, que não vale a pena ser contida,
nos múltiplos sentidos, nos amores,
que nunca devem ser reprimidos.

No lúdico palco, no “plié” e,
passos ensaiados, nas rosas brancas enviadas,
no amor, no ainda inexistente amor.


A vida imita a arte,
que pulsa, que salta e que espera,
um aplauso intenso e compassado.


Sou um palhaço, neste mundo insano e retardado,
nesta hipocrisia que tacha, que xinga e te casta,
os aplausos sempre respondem ao não fracasso.


E no acaso da vida,
mesmo sendo palhaço, o salto é maior,
e a queda vem acompanhada de um forte abraço.


?


Indagações, leves indagações,
que viram nem sempre, leves canções;
E a conecta transação sem as ditas manipulações,
que transcendem, sempre no mesmo ponto.
E nas mesmas interrogações.








Obscuras escutas

Pensamentos mortos,
Pensamentos tortos, um lugar comum,
e nada virtual;

na escuta, obscura,
na escuta alheia, nada se parece;
nada se assemelha;

mutantes, pensantes,
seres nem sempre errantes.







Beijo roubado




No amor nem sempre correspondido,
na paixão rasgada no meio da noite,
na taça de vinho cabernet intacta.

No abraçar rancoroso e animal,
no beijo mordido, quase visceral,
no esquecer dos problemas, no sussurrar da cama.

Na trêmula carne, no suspiro ofegante,
no sorriso arrancado, no gozo espesso,
no Almodóvar lembrado, no último beijo dado.

No dormir abraçado,
no prazer se culpa.
no colchão vazio, na caça abrupta.



Gotas de água


No orvalho de uma certa manhã,
caem gostas de água infladas, infames,
gotas apressadas, carregadas, jogadas.

Gotas que molham, gotas que regam,
gotas que choram, em flores brancas,
em verdes plantas, caem apressadas gotas.

Leves gotas, condensadas, caindo relaxadas,
molhando úmidas calçadas,
caem gotas apressadas.










Floripa



Desencargo de consciência, uma loucura tranquila,
que absorve às vezes a consciência.
Na chegada vazia, nos pensamentos e soluços engraçados,
brilha um sorriso abstrato.

Nas células da vida, que não é vazia,
falam pessoas que em ti confiam,
talvez desconfiando,
e que te tacham por estar amando.

Floripa, tribos, ventos,
amas de leite, Portugal,
víscera ativa.

Portugal nos azulejos, nos odores,
nos fados cantores.

Floripa do kitsch, do abstrato,
não concreto, na razão do ser liberto,
na célula que sai do núcleo,
no sorriso do teatro absurdo.

Floripa das legislações desencantadas,
e das monossílabas estancadas, bruxas, fadas,
Floripa.


Carvão


No carvão escovei meus dentes
no carvão ascendi meu fogo
no carvão esquentei meu leite
no carvão assei minha carne
no carvão morrerei contente
em brasas pulsantes
em cinzas doentes



Convergência


A convergência rege a divergência,
na troca, no retorno, olho no olho,
covardes temores ao futuro,
covardes seres inseguros,
que não quebram o muro,
que julgam e simplesmente,
ROTULAM.

Memórias



Cartões postais rasgados e jogados para o alto,
ando pelas ruas sem asfalto, memórias de lugares,
espaços, papeis em pedaços.

Cigarro tragado, “Ella” na vitrola,
janela sem cortina, cavalo sem cela,
liberdade tardia, arredia.

Não tenho mais medo de nada,
da morte, do ser, que não regenera,
odeio a espera, conversas paralelas.

Lembranças de um dia,
memórias afagadas pelo chá quente,
ah minha leve dor, a única que não mente.







Feliz felicidade


Feliz a beleza que canta, na delícia que encanta,
feliz na soberania que sopra, querendo ser feliz,
na simples e sincera felicidade, que de verdade,
na geração na voz, feliz.


E no sete que se transforma e se inverte,
que diz que é feliz, e quando a felicidade,
se transforma no sete do sete de dois mil e sete,
quem viveu e sentiu, sabe o que é feliz,
sabe-se que o ar estava mais puro, sabe-se que as conversas paralelas,
estavam talvez com a lua em saturno.


Vibra a lua, vibra o céu, vibra o ventre.
Que não é cadente, é real, é um ser vivente, é Ariel, é Luá.
Talvez um ser de Gibraltar,
não importa se é a primeira, a segunda ou a terceira,
na quarta janela, sempre existe uma estrela, fêmea,
mulher simplesmente verdadeira.

Ariel Luá, brilha na luz da tua própria estrela,
simplesmente brilha, pois o cosmos, já traçou a tua linha,
que não é tênue, é feminina, é tua. É corajosamente tua, lua.

Homenagem a Ariel Luá que nasceu no  dia 07/07/2007 no quarto 07





Pero


Já disseram que as grandes atitudes são simples e fáceis, e são só atitudes,
e ouvindo “Antojo” talvez, e nas catarses de Antojo, eu sobreviverei talvez,
con “la hambre y la peste”, talvez só uma inspiração que  faça o tempo,
sem os endeusamentos, sem os deuses, nem os falsos lamentos.

Parei, vivi, clichê, talvez, quem sabe?
no mi gusta la palabra pero,
pero, quizás,
maybe, if, so, but,
no mi gusta la palabra pero.








Medo



Medo mente, mente medo,
foge, fugas, fugindo do medo
encare o medo
valide o medo
o frio na barriga, o medo,
medo que tenho de ter medo.





Ego

inflado que não percebe
o simples desejo da explicação,  simples.
Desejo, simples,
desejo de verdade que o ego esconde,
a simples verdade.













Julgamento preliminar



Tenho o coração aberto, julgue-se,
mesmo você achando correto , e
antes de falar, pense, para não ser julgado,
como um simples objeto.



Teoremas


Criamos problemas,
tentamos resolver alguns teoremas,
 mais viva, por aquilo que você acredita que valha a pena.



Efeito cinderela

Espelho, espelho meu, onde estão as verdades,
minto, ou de verdade sou eu?




















Banho



Nos azulejos, segredos, no eu,
no pensar, solitário ou não,
no cantar, na água despejada.

Na alma lavada, na sujeira que vai para o ralo,
no sabonete, na tua essência,
na observada presença.


Começa e acaba o dia, relaxa,
desperta, acalenta,
levanta, derruba, orienta,
no banho tomado, no teu, no seu.



Dita


Generais de falsas alegrias,
controle, guerrilhas, juventude estancada,
jogada, roubada, amordaçada.


Pensada, poder, armadilha,
preparada, sufoca, respira,
desmaia, atira.

Imposta, afagada, enterrada, viva,
mais não cremada.






Palavras jogadas

Palavras que se transformam em verdades,
polêmicas, sínteses, província, virgulas, crases,
na força desconhecida, suaves palavras,
polêmicas retratadas, verdades estancadas,
palavras.



Louco


Penso, logo sou louco, louco por pensar,
sufoco, respiro, observo, louco,
no meu leve sufoco, nada louco,
continuo pensando,
gerúndio sufoco.





Deprê


Em momentos depressivos, me calo,
e mesmo assim, separo, sublimo, eu saio,
porque nas prisões controladas e observadas,
paro.

Banho, escada, rua,
na leveza do respeito, paro,
sigo e falo, compartilho,
misturo, escrevo, transformo.





Meu lar

Interfone que toca no susto.
Quem é? Atendo, falo, escuto,
deixo entrar, não se preocupe
no que irá falar, só me respeite,
porque aqui é minha casa, se te deixei entrar,
fique à vontade e se deixe levar.

Até que ambos em algum momento se cansar,
senão que bom, pode voltar, a casa é nossa,
fique à vontade, volte, pois sabemos nosso lugar.

respeito é tudo, aprendemos isto em casa,
no simples e verdadeiro lar.






Noiva



Vestida de branco, sorriso no rosto,
nas histórias conjuntas, no sorriso conforto,
na paternidade, na fraterna e sua idade,
verdades.

No olhar entendido, no altar talvez submisso.
Na honra dama, na acesa cama,
na utópica chegada do cavalo,
no castelo, na fantasia,
na mascarada alegria.

No sonhar, quebra cabeça montado,
facilmente no chão espalhado,
respeito, no bolo enfeitado,
nos cacos que irão ser juntados,
na talvez maternidade cúmplice.


Momentos nem sempre maduros,
tormentos, na simbólica troca de aliança,
para sempre, nem sempre nossas lembranças.

Juntos no civil, no moral e cívico,
juntos na moral, na totalidade,
até que nossa morte nos separe.





Comunicanção




Ligo a TV que quem deveria ver não vê,
leio o jornal, classificados, colunas prensadas,
opiniões, atitudes, lentidões,
religião, política, justiça,
morte, vida, dor, sonhos, críticas.

Pontuais, bizarros, jornais,
emissor, receptor, rádio,
propagação, degradação.


Meio ambiente, palhaços, arlequins, pasquim,
João, Maria, José, Arnaldo, luxos, Gutemberg,
esquerda, direita, prensa.

Tipografia, etimologia, mundanas radiografias,
digital, fotolito esquecido,
dead line, realidade virtual,
fontes, interesses, valores, esquecidos sobrenomes.

Afinal quem é você, qual o teu nome?




Violão Germânico


Momentos insanos, profanos,
na verdade, nada é por acaso, nesta leve e pesada cidade.

Temos, experimentamos nossas insanas verdades,
capacidades, vontades, sempre verdades.

Na voz, no violão, na sempre canção, nos tribais germânicos,
nos tribais tântricos, nos tribais, mulheres cânticos.

Na coletividade que celebra a arte, na coletividade que faz parte, que integra e que respeita a individualidade. 

Somos artistas, e como tal, nos desprendemos das impostas vaidades, em nome dela, a arte.

Na palavra, no desenho, no traço, na real ação.

Na tríade, no ambíguo, no respiro, em nossos sorrisos.

Viva a arte, viva o bem, respeite a força do sagrado que nos é dado.